Algumas músicas do show são de grandes nomes da MPB, como Tom Jobim, Vinícius, Dolores Duran, Maysa, Carlos Lyra, Menescal e Ronaldo Bôscoli, Marcos e Paulo Sergio Valle. Mas tem, também, bolero, rock dos anos 1960 e pitadas da Jovem Guarda. Verônica Sabino gosta de lembrar que é uma cantora vinculada ao seu tempo e à sua geração, com quem compõe, grava e convive. Tomando os anos 1960 como base, a seleção de Verônica faz um recorte no tempo e incorpora o que veio um pouco antes e o que viria logo depois, como no caso das canções que remetem às suas origens mineiras. “Garota de Ipanema” dialoga com “Garota Nacional” – do Skank, totalmente repaginadas numa surpreendente releitura; além de “Nada Será Como Antes” – clássico do Clube da Esquina – que tem Milton Nascimento em um dueto especial no DVD.
“Todas as décadas tiveram os seus momentos musicais importantes, mas, para mim, a década de 60 foi fundamental. Eu morei em Londres quando criança e assisti “Help” no cinema. Morávamos perto da Abbey Roade me lembro de George Harrison atravessando a rua em frente à minha casa”, conta Sabino. “Mas sinto uma grande identidade com esses artistas fundamentais, de gerações anteriores, que trouxeram a inovação, a quebra de valores, a ruptura de padrões estéticos em momentos preciosos. Esse amálgama musical sempre foi o meu esteio: é onde piso para olhar para o futuro”, pontua.
“O Milton é para mim uma referência e ele aceitou o meu convite na hora, foi incrível. Tenho uma relação muito grande com Minas. Na minha infância passava férias em uma fazenda, e achei que precisava desse perfume mineiro no roteiro. Afinal, tive o privilégio de ter um pai mineiríssimo [o escritor Fernando Sabino], que mesmo depois de décadas de Rio de Janeiro, nunca perdeu o sotaque. Acho que sou a única carioca que fala ‘uai'”, brinca Verônica.