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|Luz nos palcos

Sempre atuante, Jorginho de Carvalho participou da criação dos estatutos da Lei de Regulamentação da Profissão do Artista no Brasil: responsável pela área de Iluminação Cênica, ele criou o cargo de iluminador em substituição ao de eletricista, função que passou a constar da ficha técnica dos espetáculos. Em 1987 assumiu o cargo de professor das disciplinas de Iluminação Cênica I e II da UNIRIO. Entre os trabalhos que levam a sua assinatura estão shows de Maria Bethânia, Gal Costa e Daniela Mercury, e espetáculos teatrais memoráveis como “Trate-me leão”, do Asdrúbal Trouxe o Trombone, “Rasga coração”, de Vianinha, “Cerimônia do adeus”, de Mauro Rasi, “Ensina-me a viver”, dirigido por Domingos Oliveira, e “A gaivota”, dirigido por Jorge Lavelli, com Sergio Britto, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.  Com exceção de “Vulcão”, Jorginho iluminou todos os espetáculos da consagrada coreógrafa Débora Colker. Iluminou ainda o espetáculo “Três Noites a caminho do mar”, para a reinauguração do Teatro Ipanema/RJ. Fez também a ópera “Rigoletto”, de Giuseppe Verdi, no Teatro Municipal do Rio, com direção do italiano Pier Maestrini. Em 2013 fez o desenho de luz para o espetáculo “Ary Barroso do princípio ao fim”, musical de Diogo Vilela, no Teatro Carlos Gomes. Também no seu currículo estão os mais importantes prêmios de arte, como o Troféu Mambembe, APCA e Molière [teatro para adultos]. E os prêmios Coca-Cola, Maria Clara Machado e Zilka Sallaberry [teatro para jovens e crianças], além de outros prêmios fora do eixo Rio/São Paulo. Segundo destacou o crítico Yan Michalski: “Jorginho de Carvalho é o indiscutível pioneiro da iluminação moderna no Brasil. Antes dele, a função era exercida pelos encenadores, como uma decorrência subsidiária da concepção geral do espetáculo. Ao impor a sua autonomia, embora não desvinculada dessa concepção geral, ele engrandeceu o papel da luz na encenação; e, com a sua extrema criatividade e capacidade de traduzir sutilmente em climas luminosos sugestões extraídas do texto, enriqueceu substancialmente a linguagem cênica do teatro nacional. Na trilha por ele aberta, toda uma geração de iluminadores passou, em pouco tempo, a criar e ocupar espaços profissionais antes inexistentes”.

 

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