Fundado em 1979, o Malê Debalê nasceu de um grupo de moradores de Itapuã que desejavam ver o seu bairro representado no carnaval de Salvador. O bloco, hoje com 4 mil integrantes, tem na dança e na música um elo forte com as tradições herdadas da cultura afro, mescladas com o viver popular e a subjetividade coletiva e contemporânea de sua comunidade praieira. A bateria, totalmente acústica, é composta de 150 percussionistas e quatro maestros. São ainda 19 alas de dança, num total de 1,5 mil dançarinos, o que fez o jornal The New York Times conceder-lhes o título de “o maior balé afro do mundo”. Seu espetáculo é reconhecido como uma das mais autênticas representações da cultura negra baiana, traduzindo a simbologia da afrodescendência e o imaginário da sua origem. Por isso, já representou o Brasil em festivais no México, Europa, África e Estados Unidos. O nome do bloco é uma homenagem aos Malês, da mais célebre revolta escrava nas ruas de Salvador, ocorrida em 25 de janeiro de 1835: a Revolta dos Malês. Eram negros muçulmanos, que lutaram contra o processo de escravidão. O Malê Debalê considera uma missão não apenas contar esta história, mas, principalmente, se tornar um outro exemplo de resistência à dominação. [Foto abaixo em destaque by Piu Filho].
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