O Muzenza Grêmio Recreativo e Cultural surgiu no bairro da Liberdade, em 5 de maio de 1981, como um tributo a Bob Marley. A inspiração vem deste legado cultural afro-jamaicano e suas mensagens libertárias que invadiram o Brasil nos anos 1980, aproximando os afro-baianos desta realidade similar. Muzenza é um termo de origem bantu-kikongo, significa Yaô do Nagôs, nome dado aos iniciados no candomblé de linha de Angola. Os primeiros momentos do bloco revelaram um afro cantado, que busca emergir um mundo acessível e visível às comunidades carentes de Salvador e em defesa do povo negro. Traz uma mensagem libertária que, no carnaval, explode o reggae nas ruas com sua banda percussiva que varia em ritmos que fundem elementos do suingue afro-baiano ao reggae jamaicano, criando o samba-reggae. Na categoria de bloco afro, demonstra sua força enquanto entidade que preserva sua origem. Conhecido nacional e internacionalmente pela sua arte, também teve algumas de suas músicas gravadas por renomados artistas como Daniela Mercury [“Swing da cor”], Margareth Menezes [“Povo vem ver”], Carlinhos Brown [“Rumpillé”], Gilberto Gil e Gal Costa [“Brilho e Beleza”]. Ultrapassando as fronteiras do carnaval e de movimentações folclóricas, o Muzenza desenvolve um trabalho socioeducativo em parceria com o Projeto Axé, a Fundação da Criança e do Adolescente da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte [FUNDAC/SETRE] e a Universidade do Estado da Bahia [UNEB], oferecendo oficinas de formação e profissionalização para jovens. [Na foto em destaque abaixo, o grupo AfroBafho].
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