Celebrado em 3 de junho, o Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil tem o objetivo de, como o próprio nome sugere, conscientizar a população sobre os cuidados necessários para combater esta doença que pode ser causada por componentes genéticos, metabólicos, nutricionais e ambientais. Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, 15,9% das crianças menores de cinco anos e 29,3% das crianças de 5 a 9 anos estão com excesso de peso. São 4,4 milhões de crianças acima do peso no país, sendo que mais de 2 milhões tem sobrepeso, cerca de 1 milhão tem obesidade e, aproximadamente, 750 mil crianças tem obesidade infantil grave. Neste período de isolamento social, o alerta para o tema deve ser ainda maior. A pediatra e nutologista pediátrica da Singular Medicina de Precisão, Ligiana Metódio, explica que o contexto em que estamos vivendo pode prejudicar as tentativas de hábitos mais saudáveis da família, que são grandes aliados no combate à obesidade infantil – diagnosticada pelo excesso de gordura corporal, levando em consideração o Índice de Massa Corporal [IMC] para a idade e sexo da criança ou adolescente. “Para todos tem sido difícil manter uma rotina. Nesse contexto, o consumo de industrializados e processados pode aumentar, pois são mais fáceis de estocar em casa e evitar idas ao mercado. Os ‘assaltos’ à geladeira podem ser mais frequentes, pois a ansiedade pode exacerbar o escape através da alimentação e o sedentarismo pode aumentar por falta de espaço para prática de atividades físicas. Não há uma solução pronta, mas existe alternativa para cada família encontrar sua solução”, conta a pediatra.
Estabelecer uma rotina neste período de pandemia é um grande aliado para colocar a obesidade infantil fora da sua casa, como exercícios em circuito com pais e filhos. Respeitando a idade e suas habilidades, as crianças também podem ser envolvidas em atividades diárias, como, por exemplo: arrumar a cama. “Assim elas aprendem sobre senso de responsabilidade e ainda se mantém ativas”, explica a nutologista pediátrica da Singular Medicina de Precisão – que está com agendamento de teleconsulta durante a pandemia por meio do telefone [71] 99213-7107 ou no e-mail contato@singularmp.com.br. A médica também alerta para a exposição excessiva a telas, que pode ser um grande desafio para pais e responsáveis nesse período. A utilização destes aparelhos pode ser revertida para atividades físicas funcionais guiadas e que utilizam apenas o peso do corpo, como dança ou aprender música. “Não esquecer que o mais importante é a harmonia do lar. Que os pais não se cobrem caso não consigam dar conta de ajustar todos os itens. Tenham em mente que ter consciência do processo e imprimir uma pequena mudança por vez já tem grande impacto no futuro”, ressalta.
* Problemas e tratamento *
Assim como no adulto, o excesso de peso é fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão arterial. O agravante é que essas condições não esperam a criança virar adulta para se instalar. Dependendo do tempo de obesidade, da gravidade e de condições genéticas, essas complicações podem se instalar em fase bem precoce, ainda na infância. “Existem ainda complicações que são específicas da infância, como problemas respiratórios, alterações de pele [como acne e furunculose], doenças do trato gastrointestinal [como o refluxo e constipação], alterações urinárias [como incontinência], além de transtornos psicológicos [como depressão e ansiedade, que podem se agravar ainda mais na faixa etária adolescente]”, completa Ligiana. Inicialmente, a obesidade infantil pode ser tratada com mudanças no estilo de vida. Além da atividade física, evitar ou até excluir os alimentos processados e industrializados – com alto teor de açucares e gorduras – ajuda no combate à obesidade. “Uma alimentação equilibrada que contemple todos os grupos alimentares já ajuda bastante no combate à Obesidade Infantil. Dentre as práticas, podemos começar desde bem cedo, na época da introdução alimentar do bebê aos 6 meses. Ter atenção para os sinais de fome e saciedade do bebê e assim não hiperalimentar a criança, respeitando sua auto-regulação, realizar refeições sempre em família e ela própria ser um bom exemplo de práticas alimentares saudáveis, são apenas exemplos de como o adulto pode prevenir a instalação da obesidade desde bem cedinho”, finaliza a pediatra Ligiana Metódio.
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