O enredo da peça “Escorpião” é uma farsa de sujeitos que estabelecem entre si um jogo de ocultação/revelação do desejo, de uma intimidade negociada de maneira tão verossímil quanto fantástica. Envolve tensões/tesões de Boris [Duda Woyda] e Edu [Gleison Richelle], personagens centrais da história numa espécie de ficção etnográfica outsider, cruel e perversa, marcada por masculinidades precárias, retomando muitos temas caros à política na cena teatral contemporânea. Boris é um ex-presidiário que manteve relações sexuais e financeiras com homens e travestis e namorou Vera, irmã de Edu, que socorre o cunhado após a morte de uma jovem, que fora jogada pela janela de um prédio. Edu esconde o cunhado em um apartamento. O encadeamento das ações irá revelar quem é Boris. No curta-metragem, a atriz Mariana Moreno dá vida a Vera, ex-namorada de Boris e irmã de Edu. A encenação de Escorpião é claustrofóbica e expõe as personagens num espaço paradoxal carregado de surpresas, mistérios, revelações e peripécias. A encenação vai revelando recortes malditos de sujeitos marginalizados e abjetos, personagens que transitam incógnitos pelo submundo a vivenciar desejos e enfrentar dramas pessoais. [Foto by Giovani Rufino]. Veja mais detalhes aqui.