“O multifacetado Uran Rodrigues é uma das figuras mais queridas e emblemáticas aqui em Salvador. Ariano nascido em Ipiaú, formado em Letras e pós graduado em Jornalismo, esse baiano se desdobra em mil para alcançar seus objetivos. E sem passar por cima de ninguém, ele sempre consegue o quer. Foco é seu sobrenome. Pai adorável de seus dois cachorrinhos, Mel e Preto, ele se considera um ser do mundo. Sincero e gaiato, como se denomina, o rapaz vem conquistando seu lugar ao sol!”
Com todo o prazer que uma redação editorial possa ter para dignificar seu conteúdo, conseguimos a honra de entrevistar esse gigante midiático que não mede esforços para ser gentil. Sempre com um sorriso largo e a boa vontade em servir, hoje vamos abrir o leque da vida desse baiano que orgulha a sua gente. Se surpreenda com a vida linda desse garoto de 1.75 m que se orgulha de ser filho do mestre de obras Ulisses Gino e de D. Valdinete Maria Rodrigues, e não poderia ser diferente. Vamos começar?
“Não existe separar a fotografia de mim. Ela acontece não somente de uma forma, através de uma câmera; mas também no olhar. Sou fotógrafo, produtor, rp e ainda patino. Sou um ser plural, me alimento de desafios e paixões” – ele já manda na lata essa de cara.
E num clima bastante descontraído seguimos aqui nossa entrevista tentando decifrar e captar toda a energia desse ser humano de luz, confesso viciado em internet. Mal começamos e já sentimos que tem muito a ser dito nessa matéria com flashes de seu acervo pessoal e de Lucas Assis. Confira!
|PBB – Você é formado em Letras/Espanhol e Fotografia pelo Instituto Casa da Photographia, em Salvador. Como nasceu a sua predileção pela fotografia?
|Uran – A fotografia me conquistou e abriu portas das mais diversas formas. Paixão antiga, que na faculdade enquanto cursava Letras, aproveitei a disciplina de Fotografia e Iluminação no curso de Comunicação Social, onde desenvolvi outras percepções e experimentei outras formas de registrar a vida.
“Saber que todos são especiais e que todos na vida são iguais, isso é o que faz do Baile “Qual é o Pente que te Penteia?” ser um selo de sucesso e ainda ter amigos que compram as minhas ideias e embarquem comigo” – revela sobre o porque de seus feitos serem eventos concorridos.
|PBB – Quando você percebeu que havia se tornado uma grife usando seu próprio nome a frente do seu trabalho?
|Uran – Essas coisas vão acontecendo de forma natural. Fui notando que responsabilidades iam sendo depositadas e consequentemente era necessário dar respostas às questões que a vida me apresentava. Um olhar mais apurado, lugares bacanas que frequento, um estilo de me vestir livre e sem reservas nos comentários, mas com discrição e muita ousadia e atitude… Acredito que isso chame a atenção. Aí foram surgindo as marcas, que percebiam o alcance e cuidado com que tenho com os produtos e os seus envolvidos.
|PBB – Quais as piores ‘barreiras’ que você enfrentou até chegar aqui?
|Uran – Morar em Salvador é um desafio até hoje, e quando você chega de uma cidade do interior, com aquele olhar curioso, sem conhecer ninguém, negro, sem sobrenome pomposo e sem berço de ouro e ter acesso à todos; aí é uma conquista de poucos.
“A sociedade ainda precisa aprender muito a se importar menos com a cor da pele ou o tipo do cabelo, vestimenta ou até mesmo a conta bancária. É necessário se importar mais com o presente” – exclama com muita postura.
|PBB – Como você seleciona seus trabalhos? Quem ou quais são suas referências?
|Uran – Meu referencial de competência e elegância em eventos é meu amor, Licia Fabio. Sou muito orgulhoso de ter aprendido de forma empírica que receber bem é uma dádiva e pratica constante. Cada job tem um perfil e cabe a nós dar nossa identidade a cada um.
|PBB – Qual a diferença entre os que são ‘estrelas’ porque são artistas de fato e aqueles que só querem fama sem ter arte alguma? O que é um artista medíocre? Quem são os grandes artistas baianos na sua concepção?
|Uran – A arte está em todos os cantos. A arte é pessoal, não existe artista e não artista. A minha arte pode não ser a sua. A Bahia é um celeiro de artistas em todos os segmentos. Curto a ousadia de Jaime Figura, assim como a irreverência e consciência de Larissa Luz. A sensibilidade de Adenor Godim ao fotografar a festa da Boa Morte no Recôncavo Baiano, ao hiper realismo de Fábio Magalhães. A energia de Ivete Sangalo até o samba de Mariene de Castro.
“Só sou alguém querendo viver sem se importar com rótulos e sem amarras. Se viver é uma arte, sou mais que um artista. [vixiii to poeta mesmo hoje – kkk]. Quero somar mais… me chama… me chama!” – responde a nossa redação sobre o que vê frente ao espelho.
|PBB – Você é bem relacionado no mundo dos famosos, isso chega a atrapalhar na sua vida pessoal? Existe rotina na sua ‘rotina’?
|Uran – Minha vida profissional e social está hiper conectada. Minha diversão é o meu trabalho e não existe rotina. Cada semana são atividades completamente diferentes, lugares e casas que mudam, pessoas que chegam e são agregadas ao mainllig. Afinal de contas, a política da adição é regra.
|PBB – Quais critérios você usa para escolher os amigos? Você se acha uma pessoa difícil? Como lida com pessoas difíceis?
|Uran – Os amigos se encontram. A escolha é feita na vida e não importa tempo, nem mesmo distância; as coisas acontecem e os sentimentos permanecem [fui profundo agora – kkk]. Não existe uma formula para lidar com situações e pessoas difíceis, mas o ideal é manter somente quem tem energia positiva por perto, sendo essa uma boa solução para não passar apertos.
“Sinta mais e nunca espere nada em troca de ninguém, ou não espere que alguém faça por você algo. Seja livre! Crie agora” – menciona entre uma gargalhada divertida.
|PBB – Sua aparência camaleônica lhe firma como uma ‘persona multifacetada’ no meio artístico, de onde vem essa magia? Que tipo de pessoa lhe chama atenção de cara e por quê? O que mudaria na humanidade?
|Uran – Sou um mutante. A inspiração vem ao observar Gaga com os saltos que nem mesmo consegue andar, João Pimenta com toda modernidade dos seus ternos, a voz de Lazzo Matumbi, Negra Jhô com toda atitude dos seus turbantes diariamente no Pelourinho e os seus casarios coloridos, o requebrado empolgante de Edilene ao som do Ilê Aiyê, a sinceridade no olhar de Marina Nery, o cabelo Black Power de Magary Lord. Tudo me chama atenção nos detalhes da vida.
“Não costumo julgar ninguém em nenhum momento, mas as observo sempre. Sou muito de olhar, antes até de falar e seria tão legal se todos se permitissem mais em sentir a vida” – muito sensato responde sobre a última pergunta acima.
|PBB – O que falta para que você se sinta um profissional completo ou você já atingiu o ápice naquilo que faz? Como se chega ao sucesso?
|Uran – Preciso conhecer cada país desse planeta. Isso é pedir muito? Não, neh!? Isso é uma vontade antiga. E se for de patins, ficarei mega contente [eu estou procurando patrocinadores – kkk]. O que é sucesso? É importante? Não sei se tenho tempo para pensar nisso não.
|PBB – O que é ser feliz?
|Uran – É saber que o amanhã pode não chegar e que a vida é agora. Viva intensamente cada oportunidade. Faça o que tiver vontade; se não fizer mal ao próximo, tá valendo.
“A vida é curta e rápida. Viver olhando para o próximo como se fosse você, seria a melhor solução para todos os males da vida” – finaliza esse grandioso profissional.
Não seria nada improvável dizer que esse foi um dos melhores momentos de trabalho do staff PBB | Portal Bem Bahia, que desfrutou de toda a espontaneidade de Uran Rodrigues por trás da cena artística que ele interpreta em sua vida cheia de viés inusitados. Um artista cheio de raça, com trabalhos fotográficos em exposições por New York, Filadélfia e tantos outros lugares. Por aqui durante nosso papo, tudo fluiu como numa das suas apresentações no balé afro, em seus passeios de patins ou numa ida a praia do Buracão – coisas que ele tanto adora fazer. E ao som de hits conhecidos da diva Lisa Stansfield, nos despedimos desse fera cheio de virtudes que exala à distância seu exótico Jean Paul Fleur du Male. Obrigados!!!
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